Borbulhos

Dorme em mim uma máquina geradora de pensamentos tortos

Vivos e prolíxos, tentam responder o espaço que sobra

De todo meio olhar que não sei bem que bolso guardar

Borbulha diurnamente e notivagamente

Abarrotando cada fresta que sobra de minha telha,

Até cospir todos cacos de possibidade transviada

Meio aos meus ouvidos pacatos

[Se acumulam no teto do quarto

Fazem um ruído estranho a noite

Feito giz que não quer deixar a lousa em paz]

Alimentada por travessas de sobras de coisas

que não cabem nem em proa nem popa do tempo

Tudo que pesa no agora para além do agora

Cada pecinha de fatorzinho do desequilíbrio diário.

Unilson Mangini
Enviado por Unilson Mangini em 11/12/2018
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