A luz dos teus olhos

Em teus olhos, uma luz se apagou.

Não me vejo mais lá.

Sinto o frio do seu olhar

Pois, a chama por mim cessou.

Teu sorriso não sorri mais para mim.

Aquele amor sublime se partiu, quebrou.

Um abismo entre nós se abriu

Você destruiu as pontes.

Eu não as posso cruzar.

Se suas mãos não mais se estendem em minha direção

Nossos dedos nunca mais vão se enlaçar

Lembro que bastava um toque

Para lhe arrepiar os pelos.

Um simples roçar de pele

Despertava paixão e desejo.

Quem te roubou de mim?

Por quê tu te deixastes roubar?

O ciúme agora me consome,

Nem consigo respirar ao pensar.

Que em outros braços você suspira

Que é de outro o desejo que tinhas por mim

Tua cabeça deitará em outro peito,

Ouvindo outro coração e não o meu que sangra por ti.

É uma dor pior que a tortura do inferno

Andar e respirar, sem estar mais vivo.

Dos planos perfeitos de um amor eterno,

Só sobrou essa dor amarga, por não estar contigo.

Ah, como o amor é injusto!

É de uma maldade sem nome.

Éramos e sentíamos como um.

Hoje só eu vago insone.

A dor da separação deveria ser dos dois

Ou nunca me amaste? Hoje duvido.

Deveras restariam lembranças a lhe mortificar,

Da entrega de almas em nossos antes e depois.

Ficou impresso em minha pele, teu cheiro.

Seus suspiros ecoam em meus ouvidos,

Fios dos seus cabelos ficaram no travesseiro.

Retratos de um álbum agora esquecido.

Gargalhadas fantasmas são trazidas pelo vento,

Olho para o céus e não encontro alento,

Pois nas nuvens teu rosto desenhado está.

Não consigo fugir de quem se perdeu em mim.

Cada lugar, cada música recordam você.

Não há paz para esse sofrimento?

Teu gosto ainda está em minhas papilas.

Nosso amor me assombra no vazio do apartamento.

Quero que morras para matar minha dor.

Não! É mentira!

Quero um feitiço, uma bruxaria,

Para te trazer de volta e apagar o rancor.

Mas de que valem os sortilégios, se não será genuíno.

Se não serei eu na verdade o autor de seus delírios

Entre os lençóis a arfar de amor.

Não! O desespero me fez débil.

Tê-la de forma estéril,

Transformaría-me num cético,

Pois a luz dos teus olhos não emitiria calor.

Morrerei então eu, na escuridão, sem teu amor.

Rose Paz
Enviado por Rose Paz em 17/02/2019
Reeditado em 17/02/2019
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