Saudade
Sinto saudade de um tempo que não volta;
Do teu jeito de manhosa, da maneira melindrosa;
Do beijo da tua boca saborosa, que tem sabor de rosa;
Da tua voz prazerosa; da tua cabeleira
Da inocência que incendeia.
O teu nome de santa em ti nada adianta,
Mas me faz lembrar de quando a min o Mar ia.
Princesa, flor, franzina...
Tantos apelidos a ti te tinha.
Ao te ver, felicidade em min se fazia;
Alegria havia em teu rosto de menina,
O mesmo rosto que revela a malícia e que rogava por carícia.
Recordo-me do teu jeito de menina,
Das brincadeiras às escondidas, nos cantos estreitos das redondilhas;
Das tuas delicias.
Criava-se poesia naquele andar de cima...
Mas o destino assim não quis, errado também fiz.
Erramos, e, no erro, nos encontramos ao encontro de nossos caminhos
Afinal, eramos dois libertinos;
Perdoar-la-ei, quando eu não sei.
Como diria Manoel Bandeira:
O que me teu na telha?!
Cantar em medida velha os teu encantos de menina.