Mato as baratas

Desde que vim morar sozinha, enfrento desafios.

Tá muito calor, mato uma barata todo dia.

Venho correndo do ponto, pois não quero ser assaltada,

Deito orando a noite pedindo pra Deus por ser guiada,

Choro em qualquer canto, já não preciso esconder minha tristeza no chuveiro.

Canto alto,

Leio alto,

Danço a música que eu quero,

Levo meus amigos pro meu lar,

Conversamos até madrugar.

Tomo banho a hora que quiser,

Durmo de tarde,

Deixo de lavar a louça,

Ando pelada.

Até pouco tempo atrás, não fazia quase nada.

Agora supero os meus medos, não tenho quem chamar, quando vejo uma barata, eu mesmo tenho que matar. Sigo assim com todo resto.

Meus desafios, eu mesma conserto.

Tem dado certo.

Matar baratas não tem sido mais tão assustador.

Jéssica Rolim Mathias
Enviado por Jéssica Rolim Mathias em 16/12/2019
Reeditado em 16/12/2019
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