Linha de chegada

Não sou rochedo para que se segure em mim esperando passar a tormenta

Sou frágil, sou incapaz

Vivo às cegas e sigo à esmo nos momentos de infortúnio

Não sirvo de cicerone porque com frequência lanço-me ao abismo

Não quero ser a tábua de salvação de ninguém

Antes eu preciso ser salva

Minha ira e escárnio só camuflam o desespero de me saber totalmente à deriva

Quero ser levada, guiada, conduzida

E não me peça o contrário

Não posso com o seu peso

Por isso não saímos do lugar

Desça das minhas costas e dê seus primeiros passos

Para que eu possa finalmente subir nas suas

E assim termos alguma chance

De cruzar a linha de chegada

Vera Vitório
Enviado por Vera Vitório em 29/08/2020
Reeditado em 07/05/2022
Código do texto: T7049780
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.