Amor encena
Tenho andando na ponta dos pés
Temendo que a qualquer momento te desperte
Deste seu profundo devaneio
A verdade é dura e em algum momento precisa ser dita
Porém não quero ser eu a fazer isto
Apesar de que, em antecipação a um possível futuro embate, já me encontro com a arma em punho
Todavia, como um covarde, tremulo e não sou capaz de apertar o gatilho
Andamos em uma corda bamba, mesmo que diga o contrário
Todas as tramas secretas levaram a desconfiança
E, desde então, nada regressou ao seu devido estado
Mas eu me fiz de ator, numa performance digna do cinema mudo
Maquiei a minha dor e venho sustentando os atos desta interminável cena
Constantemente me sinto pressionado e me indago
Até quando vou aguentar viver esta personagem?