Tecelã

A tecelã amou cada ponto que entrelaçou

E as enzimas de cada célula que cuspia

Sobre aqueles seus infinitos carretéis de linha

Que obedeciam o movimento de suas mãos

Desapegando-se de cada passada de fio

Que escorregava lentamente

Do fundo do balaio

Até a agulha que orquestrava sua travessia

Ela esculpia sua criatura flor

E se foragia da estampa

Que ela mesma tecia

Delineou sobre o tecido

Com a insensatez de suas mãos

Cada ilusão da sua vida

Até acabar toda a linha

Grazi Nervegna.

Grazi Nervegna
Enviado por Grazi Nervegna em 09/10/2022
Reeditado em 09/10/2022
Código do texto: T7623876
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