PLANTEI MARGARIDAS

Saudades de quando franzino menino

De uma infância sem duros muros

Das brincadeiras nas cruas ruas

Projeção generosa do ornamental quintal

Sinto falta do assobiar dos elípticos eucaliptos

Envergados pelos violentos ventos

Choravam folhas num quase eterno inverno

Implorando pela estação das coloridas margaridas

Brotou a semente que serra a terra

Vem depressa santa e branca

Preencha minha alva alma

E aquece o coração com o calor do amor

Floresce nutrida pela mão da paixão

E cresce num caule de alto salto

Vê de cima outra rima

Deixa a saudade perene Milene

Não chorarei pela desnuda muda

Cavo a terra com sensatez viuvez

Que passe de novo eterno inverno

Margaridas plantei e chorei.