O tempo da gente.
Antes,
Havia tanta possibilidade, a gente ficava à vontade,
E o mundo sorria para nós…
Antes,
Tristezas eram raridades, nos amávamos de verdade,
Vivíamos o agora, jamais o após.
Antes,
O amor era assim: tanto… tanto!
Parecia ser mesmo um encanto,
Nem demônio, nem santo, apenas intenso,
Um amor de chegar-se aos prantos,
Se sós, éramos tristes pelos cantos,
E os dias nos eram doridos, imensos!
Agora,
Vivemos de lembranças e saudades,
Do tempo de olhares, de amenidades,
Do tempo que, enfim, já se despediu.
Vivemos dos espectros da felicidade,
Mergulhamos nas nossas realidades,
Foi mesmo amor, o que entre nós existiu?
Agora,
Estamos bem no meio de um nada,
Em noites longas de insônia…
Do ocaso a alvorada,
invadindo o inferno sem a menor cerimônia,
Pelo silêncio das madrugadas,
Sofrem sem qualquer parcimônia,
As nossas almas agitadas.
Agora,
Tudo, tudo nos ignora, agora, a tristeza se arvora,
O mundo perdeu suas cores…
Agora, um imenso vazio vigora, pelos curtos saltos das horas,
Onde jazem os pseudos amores.