Claro, eu te esqueci... é tão claro!

Agarro o que restou.

Um sopro... que o vento levou.

Estou em queda... voo livre.

Sim, sem paraquedas.

O frio no corpo aquece a alma.

A quem quero enganar?

Tudo está a congelar.

Rasga-se a ferida.

Vida doída.

Abafo um gemido.

Decido: não vou te procurar... não te quero mais.

És apenas um fragmento. Lamento!

Não somos mais os mesmos.

Tomamos rumos tão diversos.

Por que estou eu aqui a falar de ti?

Não cabes mais em meus versos.

Sim, eu me recuso a lembrar de ti.

Eu sei: eu te esqueci.

Rosangela Calza
Enviado por Rosangela Calza em 08/05/2023
Reeditado em 13/05/2023
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