Uma Noite de Verão Severa nos Campos Carcomidos de Alice

A tua vinda me embriaga

Já somando-se décadas

Eu estive vagando nos lábios em pêsames

Mas não eram viúvas, ou outros infortúnios

Outra vez, exagerando condições

Inventando pronomes, desrespeitando autores

Citando-os feito o cuspir desengonçado das fábricas

Adoecido na ideia do teu espetáculo vadio

E há palavras-espíritos querendo fugir

Eu as cerro com os dentes como se condenasse a fome

Fomento vítimas e contraindicações

Quando calo a dança ímpar do meu espírito

Afundei o meu rosto em máscaras de dentro para fora

O que vi era uma farsa insuflada pelo egosearch

Um cadáver esquisito, construído a partir

De discursos percussivos nos relógios e rimas fáceis

A ponta dos meus dedos giram

Evitando teus dedos

Olhos de peixe me dissecavam a imagem

Narizes falidos cheiravam meu corpo

Nosso quarto tombado patrimônio análise público-fanfic

O colchão emoldurado, entre lençóis sujos e o desenho dos corpos

Visitações agendadas, paredes substituídas por espelhos

Desenhos digitais atribulados nos recriam em miniaturas de três dimensões

Ultra exposição a toa, outra barbárie

Eis tu um espantalho dos estabelecimentos

Condição alheia da intimidades de personas

Em cinemas franceses fracassados dos anos sessenta

O sonho rímel não removível

Não caíra em tal dilúvio

Marcas e estrias esfriam o burlesco

Cabaré das personas químicas demaquiladas...

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 17/09/2023
Código do texto: T7887850
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