O Santo III
De todos os santos, o mais frio
Um frio cortante e dilacerador
De todos os santos, o que mais parece um homem
O homem que erra apenas por ser humano
De todos os santos, o que me deixa sem palavras
Mas o que mais me põe palavras a gritar
De todos os santos, o que recebe minhas orações
Orações nunca ouvidas, jamais respondidas
De todos os santos, o mais covarde
O que não se atreve a sentir, a ser feliz
De todos os santos, o mais traumatizado
Obviamente não consegue pensar que é amado
De todos os santos, o que escolher estar distante
Parece que vive em outro país e em meu coração
De todos os santos, o mais quieto
Que enquanto incendia minha cabeça, fica inerte
De todos os santos, o que mais desperta desejos
Sempre os de desejos de amor e da raiva
De todos os santos, o do sentir mais cruel
Porque trucida meu coração, ao lado da humilhação
De todos os santos, o que ainda tem minha devoção
Não sei o motivo, jamais entenderei a razão