Apenas amigos ( Não soube separar)

O problema começou com um pedido simples "Vamos ser amigos?"

mas eu sabia que algo estava errado na primeira vez que partilhamos a cama,

você disse "São dois órgãos diferentes, é possível separar o coração e o que fica rijo"

abri uma exceção para você, sabendo que você goza, mas não ama.

Cuidei de você bêbado e escutei como o álcool te deixou órfão aos doze anos,

desconfortável ouvimos os discos velhos da sua mãe e eu te contei a história triste do meu pai

fomos nos afogando um no outro não nos importando com os danos,

rimos juntos de um sonho bobo de abrir um bar em Chiang Mai.

Você sempre teve consciência de como eu te olhava, do que eu sentia

mas você não me afastava, você dizia "Sua presença me faz feliz"

eu te beijava como um eu te amo, mas você só queria minha companhia

Aquele "Eu me importo com seus sentimentos" foi a mentira mais infeliz.

Lembrei da minha mãe dizendo "Tudo que é divertido hoje, amanhã pode deixar de ser"

e não quero mais seguir esse espetáculo ser o coadjuvante, a segunda cadeira,

te amar foi maravilhoso, mas não posso fechar os olhos para como me fez sofrer

nunca fomos amigos de verdade, chamar isso de amizade é uma besteira.

Então adeus, acenda sozinho o seu próprio cigarro, não tenho mais fogo

segure sua garrafa de whisky e solte a minha mão,

vá desperdiçar seu amor com quem joga o seu jogo,

eu vou levar comigo as memorias, a dor e o que resta do meu coração.

Samanta Zubinha
Enviado por Samanta Zubinha em 29/03/2024
Código do texto: T8030658
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