EIS A VIDA

A dura realidade da vida

transcende a busca do nada,

corrompe a alma dos puros,

escravisa o poeta santo

que não vê a musa,

que abusa e se escusa...

O acordar de vez espanta

a santa simplicidade,

joga na cara a necessidade...

a ânsia, a ânsia de buscar

o que não está mais lá...

O olhar lentamente procura

um não se vê que há nas coisas

e de repente é visto, existe!

E de repente é nada!

Já foi visto...

A dura realidade assusta

o pequenino ser que não vê...

que quer e não é dado

e não é justo!...

Eu me assusto, eu vejo!

Existência violada, suja,

estagnada pelo princípio...

dois átomos num átimo!

Como pode? Quem pode?

Eu não sei... ou sei...

Só Deus.