PALAVRAS PELO AVESSO

Não, não quero palavras bonitas

sussurradas aos meus ouvidos

quero gestos que as façam ditas

longe do silêncio dos sons poluídos

Palavras mudam, têm sinônimos

quase sempre precisam ser ajustados

não quero ler os anônimos

que se escondem por todos os lados

Quero muito além de palavras tortas

sem endereço, sem dono, sem atos

despidas, revestidas, mortas

que contam histórias sem fatos

Palavras, palavras, que nada faz

sem ação, sem emoção, sem avesso

amontoados de nada que não satisfaz

isto eu não preciso, eu não mereço

Célia Jardim

Célia Jardim
Enviado por Célia Jardim em 06/06/2008
Código do texto: T1022346
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