Fuga noturna
Soa o uivo
do homem só
que agonizado e perplexo
sai às ruas dissecando a noite,
logrando-a ...
deixando o seu passado em passos
e pedaços.
O homem, lancinante de si,
foge como quem morre,
esconde-se ...
disfarça o rosto entre os becos.
Ele, palpitando os bolsos
tira entre goles e enganos,
engasgues sufocantes, fumegando
seus lances.
Exalando dos seus pulmões
a tristeza rancorosa que aflige sua
garganta seca, escarrando a dor da solidão.
O homem sem ter onde cair,
refugiando-se no beco, vela-se
nos cemitério de elefantes.