A ovelha da noite

Eu observei a linda flor emurchecer-se.

Derramei vinho sobre ela

e do tabaco fiz o seu adubo.

Eu observei o seu perfume se esvair,

vi a sua essência evaporar

até somente restar o álcool,

e nele embalei os passos

ao tentar me esquecer das flores.

Atirei pedras em "anjos".

Destruí templos "sagrados"

e do "sagrado" sem pudor zombei.

Eu sou a ovelha da noite

que há muito tempo desgarrada,

vive sem nenhum pastor.

É durante a noite rego minha flor

para de dia vê-la emurchecer-se.

Maurício Ravel
Enviado por Maurício Ravel em 26/07/2008
Reeditado em 05/07/2022
Código do texto: T1098205
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