A ovelha da noite
Eu observei a linda flor emurchecer-se.
Derramei vinho sobre ela
e do tabaco fiz o seu adubo.
Eu observei o seu perfume se esvair,
vi a sua essência evaporar
até somente restar o álcool,
e nele embalei os passos
ao tentar me esquecer das flores.
Atirei pedras em "anjos".
Destruí templos "sagrados"
e do "sagrado" sem pudor zombei.
Eu sou a ovelha da noite
que há muito tempo desgarrada,
vive sem nenhum pastor.
É durante a noite rego minha flor
para de dia vê-la emurchecer-se.