Sem nome

“Hoje não tenho país ou terra batida

não tenho mais ou menos idade

nem um nome que me diferencie dos outros... ”

Na fúria do entendimento

na mágica viagem que te trás até mim

no romance da palavra

do saudosismo e nostalgia…

Ah, mas é disto que eu sou feita

de romance e ficção

até um pouco de terror, quando inevitavelmente anoitece.

E eu temo a escuridão, como uma criança teme o mal…

Ah…Se eu voltasse a ser criança, viveria tudo para não crescer e viver em função do que lá ficou…

Ah…esse enigma do tempo,

esse labirinto que sou eu

essa chave sem tranca

sem agonia

sem derrotas e vitorias

com sabores a raízes…

Ah…Estas raízes…Este ênfase que dou à letra,

esta graça que trago às palavras

estas lágrimas que te trago ao rosto

quando vês e sentes o que me coração me dita.

Penso em ti

como detalhe e mensagem

como trajecto do meu caminho

lição ou migalhas

para que me encontre e não te perca rasto…

Ah... Essa alma vadia

que me acompanha a vida

meia companhia em efeitos de solidão

Essa gente sem nome que olho de baixo

em factos de esperança

Em cravos de alma…

Esse mistério…

Esta gente sem nome…

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 13/02/2006
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