Sem nome
“Hoje não tenho país ou terra batida
não tenho mais ou menos idade
nem um nome que me diferencie dos outros... ”
Na fúria do entendimento
na mágica viagem que te trás até mim
no romance da palavra
do saudosismo e nostalgia…
Ah, mas é disto que eu sou feita
de romance e ficção
até um pouco de terror, quando inevitavelmente anoitece.
E eu temo a escuridão, como uma criança teme o mal…
Ah…Se eu voltasse a ser criança, viveria tudo para não crescer e viver em função do que lá ficou…
Ah…esse enigma do tempo,
esse labirinto que sou eu
essa chave sem tranca
sem agonia
sem derrotas e vitorias
com sabores a raízes…
Ah…Estas raízes…Este ênfase que dou à letra,
esta graça que trago às palavras
estas lágrimas que te trago ao rosto
quando vês e sentes o que me coração me dita.
Penso em ti
como detalhe e mensagem
como trajecto do meu caminho
lição ou migalhas
para que me encontre e não te perca rasto…
Ah... Essa alma vadia
que me acompanha a vida
meia companhia em efeitos de solidão
Essa gente sem nome que olho de baixo
em factos de esperança
Em cravos de alma…
Esse mistério…
Esta gente sem nome…