FOGO FÁTUO

Deixe-me soçobrar na cinza do meu fogo,

queimando o vento, torrando a idade,

circula pelas minhas veias as gélidas labaredas,

que queimará a solidez da tua fragilidade...

Minha carne (in)útil será o combustível

da tua inconsistência ao amor,

urrarei minha mágoa na improvável consciência

e com meu sangue fervente sentenciarei

O factível extermínio do tormento.

Amanhã, amanhã mergulharei minha dor na fosforescência,

porque hoje crepitarei no fogo a ilusão

e incendiarei o feio e o desalento.

30/10/08