NA OUTRA MARGEM - 20

Já é tempo de ir embora

a definitiva e impotente frustração.

Do meu quarto tenho a última visão:

Marlowe, Kleist,

onde vocês estão?

Nos rostos anônimos dos meus sonhos?

Nas mulheres exangües que virão?

No profano amuleto em minha mão?

Tenho que expulsar o lúgubre vizinho

e acender a lamparina;

saborear o sangue, o vinho

e os vastos seios da menina;

os espelhos ainda não me refletem,

não escuto o eco

do meu nome sobre as dunas.

Não há nostalgia desse século,

há luzes demais e é pouco Iluminado.

Que bom sabê-lo! Que Fortuna!

E aqui, neste templo, deliro

que se o destruirem,

em três dias

renascerei Vampiro!

Christopher Marlowe
Enviado por Christopher Marlowe em 06/10/2008
Código do texto: T1214319
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