DESABAFO – Parte 2
Porque me olhas com tanta ternura
Sabe-se bem que não sou nenhuma doçura
Pra que tanta gastura
Em querer me conhecer a essa altura?
Piso forte sou guerreira, disso me orgulho, de fato
Assumo minha guerra, minha dor e meu fardo
Você me olha com tal admiração
Que não sei se é loucura ou paixão
Tive minhas escolhas na vida
E uma delas foi crescer
Só não me avisaram antes
Que pra isso é preciso morrer
Postar-se na frente, cabeça erguida
Deixar a mágoa esquecida
E deixar a vida acontecer
Porque me olhas como se me conhecesse
Não sabes o fardo que em mim padece
De tudo na vida fiz um pouco e merece
Minha atenção e assim acontece
Pois antes que meu eu morresse
Morreu-se em mim o que me entristece
Desculpe, não faço por maldade
Somente não tenho mais a vã idade
De brincar de esconde-esconde com a vida
E esperar que ela me encontre mais tarde
Vou encontrá-la primeiro
E poder dizer aos que virão depois, a minha verdade
Que o amor não há dinheiro que compre nem pague
E não há desamor que se apague
E nessa busca incessante que faz meu percurso
Não dou chance pra nenhum tipo de abuso
Se gostar, eu compro e uso
Não preciso de aprovação
nem discurso
Pois não sou nenhum tipo de intruso
Querendo invadir seu coração.
Pois pra isso outras virão
e não precisas de minha mão
Nem pra afagar e nem fazer oração
Cada qual que busque sua própria solução.