Celular mudo

Dia nublado
Coração gelado
Lágrimas de aprendiz
Caminho na orla
Passo a passos com meu cão
Meu coração chora
A triste manhã de solidão
A espera de uma mensagem
Toque de aviso no celular
Mas tão tempestuoso quanto tempo
Está esse celular sem me chamar
Calado, mudo, obsoleto, sem se quer faz-me lembrar
De quanto foi bom teu carinho
Tuas palavras declarar
Um sentimento exposto
De um amante secular
Mas o ontem, hoje não se faz
E eu aqui sem você
Sem sorrir, sem amar
Tanto esperei por esse dia
E hoje jaz um sonhar
De dois amantes apaixonados
Esperando o tão sonhado momento
De juntos estar
Mas com um estalar de dedos
Desfaz-se o esperado momento
E como o mar que beija areia
Acaba, a noite, o dia, o esperar...
E o toque do celular silencia
Nublado então este dia...
Nublado meu coração
Nublado, calado esse celular!

Cláudia Aparecida Franco de Oliveira
Recreio dos Bandeirantes
Rio de Janeiro