FIM DE TARDE

Uma resposta,
Um outro lugar,
Uma luz no horizonte?

Uma aposta,
Ninguém para amar...
Desencantada fonte.

A dança da desilusão,
O descompasso, a dúvida, a dívida,
O olhar de espanto.

A alma inquieta, a mão,
No cálice amargo da vida,
O silencioso pranto.

E onde estará a poesia?
Defensora da justiça e do amor,
Amarrotou-se nos bolsos dos poetas?

O fim de tarde, a agonia,
O último sol a se pôr,
As asas trêmulas; semi-abertas.

A ponte, o impulso, o grito,
- Agora eu sou um condor!
O vôo... Para o infinito?