O orgulho e a vaidade
Eu queria acreditar
Que tão boa alma que conheci
Mil conselhos sempre a dar
Belas palavras a dedilhar
Não era a voz que feria
Meu coração a machucar
Como enxame de abelhas
Vivia a rainha a comandar
Sua trupe, sempre guerreira
Triste sina a lhe aguardar
O Orgulho e a Vaidade
São vermes a escavar
Um coração envenenado
Que se nega a enxergar
Quem hoje enaltece tua falsa lisura
Quem hoje te ronda a farejar
No passado te traiu em loucura
E mesmo asim, tornas a fraquejar
Se ouves palavras vãs
Se escutas frases ao ego a inflar
Ouça a voz da humildade
Que quer em tua razão entrar
De que adianta tanta empáfia
Se tudo que vês é tão frágil?
As sombras que te envolvem, cegam
Fazendo de sua pífia palavra, ferina e ágil
Em meu coração quero crer
Que não és quem quer me ferir
São outros que te usam, a aplaudir
E só assim, falam por ti
Se com tantos erros em nada acrescenta
E continuas nas vozes a acreditar
Penso triste em tua alma
Que está a murmurar:
"Foge, rápido, enquanto há tempo
Foge, lépida como o vento
Se ficas, queimas a luz
Que é o que de mais belo produz"