Maresia
Maresia
Ciúmes desgraçado que judia e me consome
Rasgando minhas entranhas por toda a noite
Chicotadas ardidas num implacável açoite
Bem frente ao mar brado o seu nome.
Sorvendo o vinho, tateio cambaleando
Pegadas na areia, no breu da noite procuro
Aguçando o olfato, não sinto o seu cheiro
Mar de tristeza; noite sem fim; tudo escuro.
Meras promessas de eterno amor; foi-se a paixão.
Tive lampejos de solidão por todo o dia
Você foi uma brisa fresca e suave; foi emoção,
Que acariciou meu pobre ser qual maresia.
Adeus amor! Adeus querida! Siga feliz por toda a vida.
Esqueça o gigante que nas noites de frio o seu pranto enxugou.
Banho de mar. Água fria sobre minh’alma aquecida,
Acordo sóbrio e consciente que você nunca me amou.