Maresia

Maresia

Ciúmes desgraçado que judia e me consome

Rasgando minhas entranhas por toda a noite

Chicotadas ardidas num implacável açoite

Bem frente ao mar brado o seu nome.

Sorvendo o vinho, tateio cambaleando

Pegadas na areia, no breu da noite procuro

Aguçando o olfato, não sinto o seu cheiro

Mar de tristeza; noite sem fim; tudo escuro.

Meras promessas de eterno amor; foi-se a paixão.

Tive lampejos de solidão por todo o dia

Você foi uma brisa fresca e suave; foi emoção,

Que acariciou meu pobre ser qual maresia.

Adeus amor! Adeus querida! Siga feliz por toda a vida.

Esqueça o gigante que nas noites de frio o seu pranto enxugou.

Banho de mar. Água fria sobre minh’alma aquecida,

Acordo sóbrio e consciente que você nunca me amou.

Ataulso Verissimo
Enviado por Ataulso Verissimo em 06/11/2008
Reeditado em 26/01/2009
Código do texto: T1269120
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