A luz que tremula no lampião

A luz que tremula no lampião

Ilumina a alma escura

A mão invisível aperta

O inerte e pálido coração

Extrai dele todo sentimento

Todo grito de dor, de alegria ou lamento

Deixando-o solitário, vazio

Como túmulo úmido e frio

E nessa tumba recém aberta

Deitei toda palavra incerta

Que disseste sem emoção:

Tua frieza assusta

Mais do que qualquer palavra brusca

Que ouvi até então

E assim sigo essa trilha

Que cada vez mais me faz ilha

Cercada de mentiras insanas:

Só, o coração exangue

Chora lágrimas de sangue

Ao saber que a ele enganas

E sorris, alma profana