Um sangue meio cáustico...

Tem horas, que na vida,

tudo que se fez resta em vão.

O certo torna-se ordinário e vulgar.

Por uma cratera aberta no meu peito,

esguicha, agora, um sangue meio cáustico,

de um vermelho intenso que não anestesia dor.

Tem horas, que na vida,

fosse melhor, não passar por alguns capítulos.

Quem sabe, ter o comando e congelar o tempo...

Ficar no antes. Sendo tocado por uma brisa leve,

como fosse um sopro de Deus no nosso semblante.

Assim: como quem possui a alma pura, meio santa.

Tem horas, que na vida,

o soco não dói na carne, mas, na alma da gente.

E é tão forte, que atinge mais os que amamos...

Tem horas, que feito uma implosão de um prédio

desabamos sem merecer, morremos, sem ser a

hora exata para morrer. Ao meio dia põe-se o sol.

Tem horas, que na vida,

Como bem disse Rui Barbosa:

“o homem chega a desanimar da virtude,

a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”

Sobretudo quando todos que nos cerca são santos,

vestais da honestidade, virgens de pecados e dolos.

Tem horas, que na vida,

Dá-nos náusea tantos semideuses, trajados de

modernos ditadores, donos absolutos da verdade...

Tem horas, que na vida,

fosse melhor adormecer, para não ver gloriar-se as

inverdades, para não ver comemorar-se a INJUSTIÇA.

Tem horas, que na vida,

fosse melhor fechar os olhos

e pensar que tudo foi um sonho.

Um sonho muito ruim de se sonhar...

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 24/12/2008
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