UMA CARTA AO ACASO ... 
 
Lembranças da vida...
Projetos inacabados, perdidos.
Esperanças desesperançadas.
Do sonho fez-se o pesadelo...
Promessas, foram evasivas...
O verdadeiro não proviu !

O impiedoso castigo do crer, apostar...
As duas faces do amor...
Uma amável e sutil, outra voraz, cruel ...
Os sentimentos nobres, perderam a nobreza ...
A vida mudou ! 
O sonhar, uma ousadia insana, sofrer ...

O tal ser humano ruiu, espatifou-se ...
Restaram os cacos do inútil !
Dissiparam-se os acalentos ...
Restou a dor em prantos de encantos.
Frio do vazio no peito, o esquimó caçador.
Não importa mais a razão ! A Emoção ...

Leviandades da idiotice !
Sonhos dourados, o silêncio amargo das trevas...
Murmúrios das desventuras, amarguras...
Valeu o amar, o beijar, a partícula infima do ser !
O infortúnio da redenção covarde!
A covardia do não perder... Hipocrisia ?

Talvez ! Um romântico retrógado ? Cego !
Ser feliz, um flash de loucura !
Não ter, mas o corpo para bolinar o espírito ?
Ou a vagina ? Para agasalhar o pênis!
Dor de saber o sabido ?
O egoísmo do não perder ?

Amas ou é  só carnal ?
Ele morreu sem nascer ! 
A utopia ambígua da insensatez.
A falsidade emergente ! A fraqueza da verdade.
O amor mudou a face. Pousou outro peito !
Sentiu-se ignorado, usado e abandonado !

A troca, a renovação !
Energias descompostas... O tempo...
Sim o desgaste do tempo.
A maturidade da insatisfação !
A rotina fecunda da abstinência.
O includir da mesmice...

Findou-se a volúpia do desejo!
A razão desconheceu à razão.
Do amor, nem a paixão...
Da vida, o silêncio da solidão.
O coração descompassou, por vezes, parou .
Amor ou amor?  Amas ou amou ?

Uma carta ao acaso !



                              Carlos Sant'Anna

Bruxo das Letras
Enviado por Bruxo das Letras em 30/12/2008
Reeditado em 15/07/2009
Código do texto: T1359900
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