Duas opções
De que adianta ter conceitos
Do tempo de nossos antepassados
Não desrespeitar a ninguém
Para um dia ser desrespeitado
Não julgar aos seus semelhantes
Para um dia você ser julgado
Não roubar nada de ninguém
Para um dia você ser roubado
Não levantar falso testemunho
Para um dia você ser caluniado
Jamais cometer um adultério
Para um dia você ser atraiçoado
De que adianta tentar viver puro
Se estamos rodeados pelo pecado
De que adianta acreditar no amor
Se tudo se tornou depravado
O conceito de uma família
E algo careta e quadrado
Um relacionamento serio
Tornou-se presunçoso e antiquado
O que dizer a meus sobrinhos
Se eu mesmo estou desacreditado
Que doutrina a eles pregar
Se nem mais sei o destino a ser trilhado
Segui por 29 longos anos
O estilo de vida acima citado
E hoje vivo em desespero
Sem saber o que é certo ou errado
Mas não conssigo me adaptar
A esse novo modo de vida implantado
Por uma sociedade medíocre
Onde tudo pode onde tudo é liberado
Como viver num mundo assim
Onde respeito e dignidade são algo do passado
Não quero me tornar um deles
Mas a cada dia me sinto mais sufocado
È como se dentro de mim
Na alma e no coração algo fosse devorado
Só me restam duas opções
E um caminho a ser tomado
Ou viver como o resto da espécie
Ou optar pelo fim num gesto premeditado