Desabafo

Novamente, jogada,

paralisada,

retorno pra dizer que aqui dentro meu corpo grita seu nome.

E grita tão forte,

que tremo, e sinto minhas mãos gélidas.

Como saber o que se passa?

Tento ler nos seus olhos uma resposta

pra essa questão que desenvolvi dentro de mim.

O que fazer a mais pra que você perceba

que o caminho está aí,

bem na sua frente?

Porque andar pra trás,

voltando,

mastigando,

amargando um fel que a muito foi derramado.

Não vale a pena meu amor,

eu te digo isso com meus olhos todos os dias.

Ah! se você os visse todos dias,

veria que eles chamam pela sua figura todo o tempo.

Minha cabeça dói,

lateja,

me sinto fraca,

mas quando te ouço é tão bom,

e tento fingir que nada acontece,

apesar de saber que dentro do seu peito

as coisas se remexem cada dia mais.

Elas se misturam, eu sei,

de um jeito que te deixam louca,

que te ferem.

Mas eu quero curar suas feridas,

costurar cada pedaço com minha carne,

que tabém está despedaçada.

Vamos nos curar juntas, meu amor

cada dia mais,

eu te peço que não me deixe

aqui, plantada,

esperando que seu coração seja meu um dia.

Peço que você se faça querer,

que você se faça nova,

pra eu te ajudar a crescer.

Se eu te procurar com minha alma retalhada,

coração pulsando na mão,

talvez você entenda o que eu digo.

Talvez você perceba

a profundidade do que está nascendo aqui.

Sim, talvez seja melhor arrancar do peito,

e cicatrizar com ferro quente,

quem sabe assim para de doer,

pára de crescer isso que tenho medo que se transforme em amor.

Ah! palavra doce, mas ao mesmo tempo tão maldita.

Se não houver retorno é impossível que ela seja boa,

por isso eu a temo tanto,

eu sofro tanto,

e rio tanto,

procurando esquecer o quanto dói aqui dentro a imagem do seu sorriso as vezes.

Isso de amar e não querer,

eu já conheço a muito.

É por isso que eu te digo

me deixa ajudar,

me deixa ser sua,

por inteiro,

sem medo.

Me deixa tirar isso daí,

me deixa tentar mudar sua realidade,

me dê espaço, meu amor

meu

amor.

Diana Marques
Enviado por Diana Marques em 23/04/2006
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