'' L a m e n t o . . . "

Se me ponho a lembrar em outras eras

Em que ria e cantava, que tudo era quimera,

Parece-me que foram outras esferas,

Que foi numa outra atmosfera...

E minha triste face demonstrando uma vida dolorida,

A mesma que dantes tinha o rir das primaveras,

Agora espelha linhas graves e severas,

Caindo num abandono de esquecida!

E fico pensativo, olhando o vago...

Tomo a brandura plácida dum lago,

O vôo torpe do corvo sagrado,

Descobrindo meu rosto cansado e sofrido...

E as lágrimas que rolam brandas e calmas,

Ninguém as vê brotar dentro de minha alma!

Ninguém as teme ou as exalta,

Ninguém as vê sair dentro de mim!...

Eber Emanoel
Enviado por Eber Emanoel em 06/05/2009
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