GRÃOS DE AREIA

Somos como pequenas ondas de areia,

postas na mão vão-se por entre os dedos

e em espuma se esfumam e voltam ao

mar, com as dúvidas do costume.

Crentes de um mar maior lançamos as

embarcações nas intrépidas águas,

e no interior de cada búzio, o espelho

invertido, oblíquo de cada um de nós.

Cavalos de espuma ultrapassam-nos e

o azul profundo do mar são tenebrosas

inquietações, medo do desconhecido

que ainda não aprendemos a superar.

Cobardemente medimos a distância,

ansiando terra firme, pois o sonho é

ténue e a centelha da vida perdeu-se

na omnipotência de um deus cruel.

Jorge Humberto

27/09/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 28/09/2009
Código do texto: T1836308
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