Mestres do coito utilitário

Não preciso explicar.

Deixe o seu corpo falar.

Falar sobre o que me moldou

nas entranhas da terra;

sobre o último pôr-do-sol

que compartilhamos sem nos opor;

sobre aquela vírgula benigna

que em algum ponto do espaço-tempo

se abriu para minha nova forma.

Considere as mentiras que lhe sustentam,

considere as mentiras que lhe engrandecem

e pergunte a si mesma

se você ainda é uma cristã.

Você precisa pecar para sobreviver.

É o que você diz.

Não estou dizendo que esteja errado –

simplesmente abra as pernas. (...)

Deixe o pranto morrer

com a memória que se vai.

Vá fazer algo com a sua mão

para que algo desperte com destreza

em sua compreensão.

Tentaremos, conseguiremos um meio

de escalarmos a hierarquia venal,

talvez o compatível sucedâneo para

nossa famigerada maldição,

a Grande Decepção Vital.