Meu Bandolim

Meu Bandolim está largado

Na sarjeta, por mágoa

Da perda de um grande amor.

Um amor choroso,

Que soava em suas cordas

Na Lapa, em Santa Tereza

E nos mais inóspitos lugares

Do subúrbio carioca.

Mas um dia o mágico

Morreu e o Bandolim

Foi esquecido e maltratado na sarjeta;

Na sarjeta perdeu o seu brilho,

As suas cordas e o seu encanto

Pelas ruas...

Meu Bandolim está largado

Na sarjeta, por mágoa

Da perda de um grande amor.

Como eu posso salvá-lo

Se estou morto e ao céu

Vejo ele tão maltratado e esquecido

Pelos seus irmãos de brio,

E claro de Chorinho.

Na Lapa, em Santa Tereza

E nos mais inóspitos lugares

Do subúrbio carioca, não se fala mais

Do meu Bandolim.

O seu amor era o soar

Das notas mais belas de Carinhoso

Ou de Barracão, músicas que o levava

Ao delírio e a paixão.

Porém um dia o mágico músico

Adoeceu e morreu, deixando

O seu Bandolim na sarjeta,

Sem ao mesmo podê-lo salvá-lo.

Meu Bandolim,

Meu Bandolim,

Foi-se enfim de amor...

10/09/03

Rodrigo Poeta
Enviado por Rodrigo Poeta em 11/10/2009
Código do texto: T1859614
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.