O que fizestes de ti !

Inquietação, angustia, solidão...

O despertar é melancólico , triste

A certeza de amontoados de dia iguais

E chegas de mansinho

Já não ousas falar,

Enganar não mais consegues

Tuas palavras desgastaram-se no vento

No tempo...palavras simplesmente palavras

Muitos anos fingindo, driblando, mentido

Quanta hipocrisia, quando algo querias

E depois ...tudo igual ..

O ser humano só muda quando tem princípios

Uma boa estrutura familiar,um grande sonho

Mesmo assim a essência fica

E com um copo de bebida

Mostra a cara, o fundilho da calça, a falta de dignidade

Mostra a sua verdade, as raízes,

O ventre que lhe deu a vida

Que coisa triste, o homem ...

Quando quer algo, que garboso

Depois o que sobra são gestos brutos

A falta de polidez, de educação, de finesse

Enganarás um dia, dois, um mês

Depois serás apenas o que és...

Sem eira, sem beira, sem leitura, sem assunto

Sem memória, conversa mole, arrastada

Um copo escondido ...eternamente pronto para o gole ..

Não mudarás...és um engodo

Inquietude, palavras ...palavras..

Teu nome deveria ser

Propaganda Enganosa...

Que pena, poderias ser um soldado destemido,

Capitão, um juíz, um poeta, um marceneiro,

Poderias ser feliz, apenas um homem

Autêntico, verdadeiro, feliz ...

Mas, nascestes num país que já é uma mentira

Fostes criado no país dos malfeitores portugueses

E para satisfazer o teu ego,

Disseram que teu sangue era azul,

Coisa de portenho Argentino ..

Quanta ironia.

O que fizeram de ti,

O que deixastes, prevalescer em ti...

Super ego,narcizismo, fantasia

Pobre homem, és um apátrida

O que fizestes de ti!

Flor do Córrego
Enviado por Flor do Córrego em 17/10/2009
Reeditado em 17/10/2009
Código do texto: T1871270
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