NO BALANÇO DAS HORAS


Luz morta...
Finda o dia,
noite que adentra
lenta e fria.

Escuridão sem tom,
silêncio...Nostalgia.
Desencanto descortina
a solidão que domina.

Vento gélido que sopra no rosto
saudade e desgosto.

Coração na contramão,
navegando sempre no lado oposto.
Sonhos desgastados, rotos...

Imagens que se distorcem
e se contorcem
em fantasias ilusórias
que deslumbrada,
guardei na memória.

A esperança esmorece
quando o dia escurece...

Na despedida da luz
cujo brilho ilude o vazio,
o corpo absorve o breu,
recolhe-se, encolhe...

Mulambo do que fui outrora,
minh'alma se queda e chora
no constante balanço das horas.

01/07/2006
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 22/10/2009
Código do texto: T1880081