SILÊNCIO FINAL


Trapezista do instável picadeiro da vida
eleva-se, chega ao ponto mais alto.
no parapeito deposita as dores sentidas
e observa o inerte e distante asfalto.

Ironia ou não, sempre desejou voar!
De repente, tudo fica tão insignificante...
No olhar, o cansaço de não mais sonhar,
deitando em terra fria emoções dissonantes.

Abstratos sentimentos no sono do fracasso.
Ao longe, o mosaico invisível do concreto,
oferecendo seus braços forjados em aço;
aceita o abraço, num desejo tão secreto!

Alma em estilhaços, ao silêncio final se lança...
Voa um corpo há muito morto, vagante incerto,
acredita ir afinal, ao encontro da luz mansa...



20/08/2007



Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 01/11/2009
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