Verme Sanguineo

Seu humor era um disfarce

Seu brilho nos olhos, roubado

Sua ironia, uma armadilha

Egoísmo, um forte para sua desgraça

Ser infeliz, destruiu minha alegria

Me enganou, e o fez com prazer

Jamais redimirá seus erros

Nem será capaz de reconhecê-los

Acreditei na sua palavra suja, cego

Se aproveitou de mim quando vulnerável

Me roubou de mim mesmo, tirou meus olhos

Em seu mundo imundo

Continuou o mercador de antes

Me trocou sem o menor esforço

E hoje não tem nada

Nem dignidade

Nem amor próprio

Muito menos a mim

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Hoje sou livro sozinho

Deixado no canto sujo da sala

Da prateleira que despencou de seu altar

Continua, ignora minha palavra:

Que o sofrimento lhe ensine o que for possível

Bata a cara contra o muro quantas vezes forem

Morra com o sorriso débil em seu rosto

Longe de mim

Lágrimas de crocodilo

Escorram como a esperança que tive

Que queimem ardidas em seu rosto

Que deixem rastros aparentes

Para que a minha agonia um dia sane

Para que um dia eu viva em paz

E seu veneno seja absorvido