A DOR DO ENGANO
N'alma dorida do poeta
a dor do engano professa,
nem a poesia o aquieta...
Na esquina da partida
perdeu a rima, ora empobrecida
e sem identidade certa..
Emoção dispersa é sua sina
e de estrofe em estrofe chora,
tudo que o coração partido sofre.
Soluça pelo amor que chegou ao fim
e à uma lua azul implora
que a solidão negra vá embora!
Prenúncio de grande estiagem,
seus sonhos perfeitos desfeitos,
peito mergulhando em amargor
quando se deita, no vazio leito...
Desiludido, dividido e sem inspiração
abandona a ilusão da viagem...
Morre assim, mais um sonhador!
2007