Medo do veneno

Novamente sinto o gosto dos remédios

Entorpecida é como sinto minha razão

Passei dias tentando evitar o tédio

E acabei encarcerado na mesma prisão

Minha carne sente dores incalculáveis

A minha volta o habitual continua

Os castigos são responsáveis

Pela minha pele nua

Um líquido escorre da minha cabeça

ele surgiu dos meus abusos

é um veneno capaz de carregar minha sentença

que tenta afastar-me do que uso

Tenho dúvidas sobre minha cura

Medo sobre a verdade da minha doença

Deixei de ter a alma pura

Quando me afastei das minhas crenças

Eu sei que os cárceres enjoam da minha folga

Mas sou sozinho para tantas obrigações

A vontade de ser normal sempre me empolga

Só que estou preso a velhas limitações

Meu corpo já não serve de abrigo

Para um fantasma cheio de defeitos

Sou resistente e sei que consigo

Com que meu castigo seja aceito.

Não quero que meu veneno atinja mais alguém

Prefiro que ele consuma apenas a mim

Pois é melhor eu ser o único refém

Do que todos terem o mesmo fim.

Thiago Cica
Enviado por Thiago Cica em 12/12/2009
Reeditado em 29/06/2015
Código do texto: T1974762
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