desertar
proferiu-me a tua palavra
contudo, perdia-a no vão da memória
nalgum beco do hipotético pensamento
foi-se...
teu dito: recém par do silêncio
deixou-me a respirar o álcool do vazio
desdobrando-me lisérgica
em amplidão e profundo
açaima a palavra devoluta!
o éter, da minha, pede passagem
para detergir a locução subjetiva
e purificar o sentido da linguagem
sou do desatino
és da insensatez
e a tua palavra, tornou-se talho
de expressão...perdida
no entre da minh'alma
sobre os lábios, a tua ausência
escorre fria ....
e no cerrar das pálpebras
fecho a imagem ressentida