VALEU!


Pelas tantas fontes de estesias perdidas
nas curvas cegas do teu caminho!
Pelos sonhos alimentados por mentiras
e pelas noites escuras e mal paridas
onde faltavam presença e carinho...

Pela solidão faminta, abocanhando
o desejo que habitava meu corpo,
deixando nele uma saudade tão doída!
Pelo silêncio que o sentimento foi calando
sem que eu nada pudesse fazer...
Coração já pressentia a partida!

Valeu! A máscara habitual enfim caiu!
Sinto pena de você, ser incapaz de amar,
de mim, por teimar em tentar até o fim...
Meu castelo de luz falsa assim ruiu
e a ilusão dorme nas estilhas da alma,
quando a inquietude toma conta de mim...

Valeu! Por uma vida de meias verdades
onde horas vazias abortavam esperanças;
pelo amor, que jamais em ti existiu...
Pelo olhar duro, crítico, sem sensibilidade,
pela contínua ironia, cortante e constante
que a magia dos olhos meus destruiu...


15/12/2009



Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 22/12/2009
Código do texto: T1990435