PALCO VAZIO

Os sorrisos mascaram
a dor que se aprumou
em plácida serenidade.

Os sorrisos enganam,
mas não conseguem iluminar
a intemporabilidade constante
da obscura solidão
que acoberta a alma.

Nesta festa de falsa alegria
desfaz-se o dia
e desaba uma noite sem astros,
nuvens espessas e áridas
revelam o cenário exato...

Num palco sempre vazio
corpos que não mais se interligam,
sonhos tantos enegrecidos
na face sem riso que enodou
em espantos... espasmos!

Retalhos retorcidos agora sou,
os sentimentos em frangalhos,
numa sobre-vida sem amor
que o sorriso não mascarou.


2006
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 24/07/2006
Reeditado em 25/10/2009
Código do texto: T200725