ADEUS
Boa noite.
Quando saíres,
Não batas a porta.
Encosta-a delicadamente,
Procura tornar desapercebida
A tua covarde partida.
Ao ultrapassares o portão,
Fecha-o sorrateiramente,
Joga fora a tua chave
Para que a volta seja inconcebível.
Boa noite.
Deixa para trás
Apenas teu conturbado adeus
Que o vento jamais ousará pronunciar.
Deita-te com mulheres ardentes,
Sonha amores voluptuosos,
Perde-te em espasmos do mais completo gozo.
Aproveita como embrião
O quente ventre alheio
Sem que te pese a lembrança
Deste coração que tanto humilhaste.