ADEUS

Boa noite.

Quando saíres,

Não batas a porta.

Encosta-a delicadamente,

Procura tornar desapercebida

A tua covarde partida.

Ao ultrapassares o portão,

Fecha-o sorrateiramente,

Joga fora a tua chave

Para que a volta seja inconcebível.

Boa noite.

Deixa para trás

Apenas teu conturbado adeus

Que o vento jamais ousará pronunciar.

Deita-te com mulheres ardentes,

Sonha amores voluptuosos,

Perde-te em espasmos do mais completo gozo.

Aproveita como embrião

O quente ventre alheio

Sem que te pese a lembrança

Deste coração que tanto humilhaste.

vitória Paterna
Enviado por vitória Paterna em 25/07/2006
Código do texto: T201898