O QUE RESTOU DE MIM...

Nada de novo no meu peito existe,

Desde que a noite me encontrou sozinho;

Só mesmo essa saudade, amarga e triste,

A me lembrar que, em lágrimas, definho!

Nada restou dos beijos que me deste,

Nem de teus lábios sei mais o sabor;

Mas se de cores o jardim se veste,

O teu perfume encontro, em cada flor!

Das curvas de teu corpo, tão perfeito,

Uma lembrança tenho, indefinida;

Mas no desejo que arde no meu peito,

Eu sei que vou te amar, por toda a vida!

Daquela voz que, em sonhos, eu procuro,

Restou somente, agora, o esquecimento;

Mas se teu nome, às vezes, eu murmuro,

Tu respondes, Mulher, na voz do vento...

E o que dizes é leve, como a brisa

E as minhas aflições sufoca e acalma;

As feridas do meu peito cicatriza

E novas ilusões traz à minha alma!

Mas eu bem sei que tudo se acabou

Pois só lembrança no meu peito existe;

Dos sonhos mais queridos, só restou

Esta cruel saudade, amarga e triste...

Marcos Coutinho Loures
Enviado por Marcos Coutinho Loures em 27/07/2006
Código do texto: T203460