O QUE RESTOU DE MIM...
Nada de novo no meu peito existe,
Desde que a noite me encontrou sozinho;
Só mesmo essa saudade, amarga e triste,
A me lembrar que, em lágrimas, definho!
Nada restou dos beijos que me deste,
Nem de teus lábios sei mais o sabor;
Mas se de cores o jardim se veste,
O teu perfume encontro, em cada flor!
Das curvas de teu corpo, tão perfeito,
Uma lembrança tenho, indefinida;
Mas no desejo que arde no meu peito,
Eu sei que vou te amar, por toda a vida!
Daquela voz que, em sonhos, eu procuro,
Restou somente, agora, o esquecimento;
Mas se teu nome, às vezes, eu murmuro,
Tu respondes, Mulher, na voz do vento...
E o que dizes é leve, como a brisa
E as minhas aflições sufoca e acalma;
As feridas do meu peito cicatriza
E novas ilusões traz à minha alma!
Mas eu bem sei que tudo se acabou
Pois só lembrança no meu peito existe;
Dos sonhos mais queridos, só restou
Esta cruel saudade, amarga e triste...