Menos de Nós

Menos um segundo que se vai,

Menos neurônios que explodem,

Menos viço a desfigurar-se na pele,

Menos células que necrosam,

Menos testosterona a esgotar-se em sonhos,

Menos sêmen a empedrar-se nos testículos,

Menos de mim a caber em ti!...

Menos fantasias a mofarem no baú...

Menos escolhas que te restam,

Menos frescor que te foge com os anos,

Prenúncio do calor qu'inda te alcança matrona!

Menos de mulher de ti...

Menos para mim, menos para nós...

Preferes o leito morno,

Refúgio certo à carcaça surrada,

Ao calor de nossos corpos a pulsarem...

É justo; é teu papel prover à prole,

Sufocar o desejo pela razão, zelar pelo nome...

Mas não te queixes no fim da estrada,

Porque tempo é implacável,

Escorre feito água...

Vida também!

Éder de Araújo
Enviado por Éder de Araújo em 30/07/2006
Reeditado em 08/07/2008
Código do texto: T205006
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