A ULTIMA ALVORADA

A cidade dorme.

Do alto do morro... Em trevas

Vejo seu sono inquieto.

Ouço seu arquejo angustiado.

Pesadelo de retalhadas

Lendas urbanas

Formam no seu cenário

Enevoado, um painel

De sombras Dantescas.

Não posso dormir.

Sentinela de mim mesmo,

Tenho que esperar

Pelo próximo nascer do sol.

E quando um rosto

Desconfiado despontar

Alem da linha horizonte,

Cumprirei meu derradeiro arbítrio.

Levado pelas asas do vento,

À dimensão desconhecida.

Lá onde todos os sonhos

Começam... E terminam.

E nossa voz ecoa como um sopro

De brisa eterna.

Saltar de um inferno para o nada.

Este é o melhor destino

Que nossa consciência,

Esta predadora sanguinária

Deixou-nos como opção.

De um lado, a vida em morte lenta

De outro a morte na vida que corre

Em frações de segundo.

E quando a cidade acordar

Dos seus pesadelos

Estarei vivendo a utopia.

Da ultima alvorada.

João Drummond
Enviado por João Drummond em 31/01/2010
Código do texto: T2061971
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