VÔO SOLITÁRIO 

Amor,
mistério que inebria
quando freme o mesmo calor,
vendaval que a tudo arrasa
quando finda a fantasia...
Solidão...
Torpor...
 
A suave aragem do anoitecer
consome gota a gota,
o pranto.
 
Intangível ao espelho
a dor refletida n’alma,
num vôo solitário
incógnita, oculta
e absoluta,
esconde em seu recanto mais ínfimo
a veste argentada da ilusão.
 
Pensamentos dispersos
em névoas densas.
Lembranças imersas
no lamento da solidão.
 
Sonhos inertes, sem vestes,
perdidos na escuridão.
Mar à dentro,
adentro e em silêncio,
observo os sentimentos
em seu bailado ondulante,
interagindo com as ondas
e navegando além do horizonte,
ao sabor das marés...
 
06/06/2006

Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 13/08/2006
Reeditado em 04/11/2009
Código do texto: T215703