O Troco da Vida

Se queres saber de onde venho

Moro dentro de uma história que tenho

E que só hoje atrevo-me a contar

Quem só sonha e não se disponha

A realizar o que a Vida oferece

Na verdade nem merece

Sua sorte versejar

Por que o sol no longínquo horizonte

Apagou-se, qual seca fonte

Quando assistiu a primeira lágrima a rolar

E a palavra do lábio a calar?

Por que a Lua que é guia

Não oferta com maestria

Sua luz ao caminhar

Para quem esquece que todo amor

É presente, é flor e dor

E deve ser pôsto a cantar?

Digo, pois me entristeço

Sou quem as vezes esqueço

Do calor que me é oferecido

Sem pudor ou falsos idos.

Sou a flor que ninguém colheu

O rouxinol mudo do canto seu

Sou a árvore sem flor ou fruto

O diamante de tal forma bruto

Que não se consegue lapidar

Pois quando o amor bateu-me a porta

Não atendi, fingi-me de morta

E assim, o destino apronta

Quando qualquer alma tonta

Insiste em desdenhar seu presente

E o troco logo sente

E hoje, a procurar a tal felicidade

No peito só encontro a saudade

Do sonho perdido que nunca aconteceu

Sonho meu...

(poema reescrito - fiz lá pelos idos de 2008, reli, não gostei. Reescrevi. Ficou menos pior :D)