Labirinto interior

De repente nas noites mais improváveis

Vagando pelas madrugadas escuras,

Insone observa a cidade das alturas

Carregando as maldições mais implacáveis

Cheio de rancores observa e lamenta...

O vento carrega tormentos atrozes

As noites ficam cada vez mais algozes

A manhã é uma cortina sangrenta

Havia um sol escondendo tempestades

Andando por longas tardes de clamores

Com o coração repleto de horrores

Mesmo livre sentia o torpor das grades

Anda pelas noites tal leão sedento

De desejo num cálice derramado

Era um cárcere caminhar pelo prado

Sozinho ouvindo o sopro cruel do vento...

Tão de repente num soprar descrente

Tão logo a vida se reduz a dúvidas

E surgem jardins de rosas fúlgidas

Derramadas numa essência plangente

Na alma se formam imensos labirintos

Para sempre é andarilho de si mesmo

Vai varrendo as ruas num caminhar esmo

Por paredes de sentimentos extintos...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 10/04/2010
Código do texto: T2189359
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